Reflexões (por Rossana Carella)

Filme: Duas Vidas

Rusty é um consultor de imagem, seu trabalho consiste em “formatar” a (aparência-visual-externa) do cliente, ao qual presta consultoria, de forma a satisfazer o que os outros esperam dele. Sua vida muito bem sucedida, inclusive, resume-se ao trabalho e a total falta de tolerância consigo e com os outros. Sua forma impecável, perfeccionista, racional, intransigente, amarga, prepotente, arrogante, cética, sarcástica e ácida de “estar”, pois não o “é”, busca o tempo todo ridicularizar as pessoas e as pequenas coisas que fazem da vida o reflexo da beleza num sentido mais sereno, equilibrado e mágico.

Rusty tenta a todo instante promover o descaso, a ridicularização, a falta de envolvimento com o outro, o amor à vida, faz questão de abafar, sufocar e esconder a luz que brilha de forma intensa dentro de si, até que por um acaso do destino, algo inesperado acontece, com o intuito de promover-lhe uma mudança de “dentro” para “fora”. Rusty relata à sua psicoterapeuta que nos últimos dias vem tendo alucinações com um homem num avião, além de estar vendo um garoto. Por não compreender muito bem o que está acontecendo pede rapidamente para se livrar dessas alucinações com um remédio rápido e infalível. Sua psicoterapeuta estabelece um compromisso, no sentido de dar-lhe o remédio desde que Rusty desvende o motivo pelo qual está tendo estas alucinações, ou seja, que se auto-analise para compreender a raiz do problema.

Porém, ainda que tome o remédio, a jornada de encontro com o garoto continua e nele se depara com sua criança interior aos 8 anos, a qual lhe foi enviada como resgate de sua própria e natural essência. A princípio o encontro é uma catástrofe, Rusty rejeita e nega totalmente sua criança interior, criticando toda sua naturalidade, originalidade e encantamento frente à vida. E em suas conversas, Rusty como criança interior reflete sobre a quantidade de sonhos soterrados ao longo de seus 40 anos, o adulto rabugento, triste e amargo que se tornou. Rusty criança interior faz Rusty adulto refletir sobre quem se tornou: alguém que ajuda as pessoas a mentirem sobre quem são mentindo assim para as outras. A “forma” esconde a verdadeira essência.

E nesta jornada repleta de dúvidas e reflexões acerca de sua real natureza, Rusty pede ajuda a uma amiga âncora de jornalismo, que o faz pensar sobre se esta criança interior, não ter de fato sido enviada para compreender se hoje ele é o que um dia sonhou pra si. Neste belo diálogo, são feitos questionamentos acerca do que é ser humano, para que viemos o que queremos e o que de fato desejamos de nós mesmos.

A partir daí, começa uma mudança profunda no sentido de promover uma aliança, um resgate, um diálogo, um pacto de amizade com sua criança interior, uma busca no sentido de encontrar o motivo desta infelicidade, conforme solicitado por sua terapeuta. E neste diálogo, ambos voltam no tempo, no dia em que começou a sensação de fracasso, de baixa estima, e voltam exatamente no momento onde devem tomar uma decisão e mudar o rumo de suas vidas. O homem adulto, levando sua criança interior a agir sentindo-se apoiada, assistida e amada. E nessa ida Rusty depara-se com os verdadeiros motivos de sua forma de ser, hoje. No dia de seu aniversário de 8 anos, (dia este que havia apagado totalmente de sua mente adulta), Rusty envolve-se numa briga escolar e a mãe é chamada pela diretora, em função de sua mãe estar morrendo o pai cheio de dor e dentro de seus limites de conhecimento de educar um filho, acabou por fazê-lo sentir-se culpado frente a situação em que sua mãe se encontrava, acabou por lhe exigir demais, por lhe cobrar o que uma criança ainda não tem condições de compreender ou assimilar, desenvolvendo nele um sentido de baixa estima, de comportar-se como um adulto já desde criança, cheio de culpa e sentimentos distorcidos.

Neste momento belíssimo, vemos o adulto Rusty, transformando-se em seu próprio pai, perdoando-se de tudo e dando-se o que mais um ser humano precisa: Amor, Atenção, Carinho, Compreensão, Apoio e Perdão. Rusty adulto também compreende os motivos do pai, a dor da perda que o levara a comportar-se desta forma e o perdoa por isso.

E, num final belíssimo, percebemos o encontro de Rusty no passado, presente e futuro. Numa transformação onde por meio da reflexão do que vivenciamos no passado, podemos transformar o presente e reelaborarmos um futuro promissor que vá de encontro aos anseios de nossa alma, alinhando o para que viemos e quem de fato queremos ser.

Muitas vezes acontecimentos que nos magoaram e feriram demais, soterram nossa verdadeira essência transformando-nos em adultos opostos ao que de fato somos. Neste filme fica muito clara a ressignificação dada pelo personagem central aos seus dramas e ao resgate de seus valores, crenças e essência pessoal na busca da Realização plena de seu Ser. 

 

Reflexões (por Rossana Carella)

Filme: Coach Carter - Treino para a Vida

A história inicia com o Coach Carter, aceitando o desafio de treinar um grupo de jovens jogadores de basquete, indisciplinados, sem direcionamento e com baixo nível de conquista nos campeonatos, num colégio nos Estados Unidos.

O desafio se dá já com um primeiro combinado, um contrato proposto pelo Coach aos seus coachees, onde por meio do comprometimento se responsabilizarão pelas conquistas e realização de suas metas, sempre com foco no positivo, motivando-os como sendo a partir deste momento “Vencedores”. Deixando também muito clara a metáfora de que superando a si mesmo dentro do contexto de jogadores de basquete, levarão esta superação para a vida e todos os seus âmbitos. Este contrato possui um conjunto de regras e tarefas necessárias a tal almejada realização. Não há conquistas sem disciplina, organização, planejamento e foco, além de uma observação do estado atual para propostas de metas que foquem o estado desejado.

A princípio os jovens veem o coach como um tirano, e não como um desafiador ao estado latente em que se encontram. Carter percebe a resistência, e por meio de questionamentos e leis de causa e efeito vai condicionando-os a refletirem sobre seus atos. Assim, como também chama os pais desses alunos para que também se comprometam. Uma espécie de “reeducação” que se estende à base, à origem destes jovens.

A conquista maior e “aproximação” com seus coachees inicia no momento em que Carter faz analogias de suas explicações com a vida real, usando uma linguagem mais próxima, íntima, e afetiva. Os alunos passam a reter melhor os conceitos, ressignificando de forma mais simples, direta e objetiva o que devem apreender. 

No primeiro jogo, os questiona sobre o aprendizado, sobre as pequenas metas conquistadas para atingir aos poucos a realização maior. Uma análise dos passos que não podem ser dados de uma vez só, mas em doses homeopáticas para que a absorção no final seja a de um todo, composto e assimilado de pequenas partes.

Uma iniciativa importante mostrada por Carter é perceber o exato momento em que devemos desafiar nosso coachee, fazê-lo provar a si mesmo o quanto está comprometido com suas metas, desafiá-lo a ponto de adquirir em sua própria alma a resposta que só ele terá condições de responder.

Outra percepção de Carter foi com relação à forma de acompanhamento que deve ser dada ao aluno como um todo, ou seja, a colaboração dos demais professores com relação ao feedback dos mesmos em suas disciplinas, uma espécie de análise global, como uma engrenagem (coachee – família – professores - colégio).  

Quando (família – professores – colégio) passam a trabalhar em equipe e em conexão, temos um ser humano assistido em todas as suas nuances. O sistema tem de agir em conjunto para promover um desenvolvimento contínuo e completo do Ser.

Carter não só desafia seus alunos, mas o próprio sistema em busca de uma visão global e comprometimento de todos para o alcance da meta maior – Formar e Despertar Seres Humanos para viver uma vida com Significado, Propósito e Realização.

E no aprendizado dos jovens, fica claro o despertar do espírito de equipe e não mais no aspecto individual, mas na percepção do esforço do outro e no sentido coletivo de atingir a meta. Os jovens passam a buscar soluções que incluam a todos, numa demonstração coletiva de generosidade, participação e sentido de pertencimento.

Mas com as vitórias, Carter, também se depara com um novo desafio, o de trabalhar nos jovens o ego, o orgulho, a vaidade, a arrogância, a prepotência, a futilidade, a forma, a aparência, o exibicionismo, os aspectos negativos da Vitória, a fim de ressignificar e fazê-los enxergar a verdadeira essência do que é Vencer por meio da humildade, o respeito por si e pelo outro e principalmente com uma visão de desafio não só esportivo, mas em todas as áreas, portanto, faz seus alunos refletirem acerca de uma conquista isolada, instantânea e efêmera, negligenciando a falta de comprometimento com as demais áreas, no caso disciplinas que lhe promoverão um autoconhecimento geral, um desenvolvimento mais pleno e necessário à continuidade e formação de seu Ser por meio dos estudos, conquista esta sólida e eterna.

Os questiona no sentido do que serão depois? O que esperam deles depois desta conquista? Para onde irão? Quem serão? Irão para a faculdade? Repetirão a história dos pais? Terão um futuro promissor?

Como haviam negligenciado os estudos para dedicar-se somente ao basquete, novas tarefas e metas foram estabelecidas. Para continuarem a participar dos campeonatos terão agora que comprometer-se somente e por um determinado período, com os estudos, com o conhecimento, com o pacto de se transformarem ainda mais, cumprindo assim com o contrato inicial. As metas passam agora pela retomada dos estudos com foco na entrada à faculdade e só assim paralelo seguirem a competição, como jogadores de basquete.

Concluindo, percebemos toda a sociedade incentivando somente a busca pelo sonho de conquistas por meio do basquete, negligenciando a formação do Ser como um todo, porém, quando uma semente é plantada, e quando o coachee, desperta e reflete acerca de sua potencialidade, o mesmo percebe que a luz existe, e que a mesma foi feita para brilhar em todos os aspectos da vida.

E como resultado de seu trabalho, Carter vê seus pupilos “captando” a mensagem de se transformarem como seres humanos, buscando sua essência nata e transformando a si e ao meio que os rodeia, para aquilo que temos de melhor, portanto aceitam o desafio de estudarem, transformarem-se e deixar a “luz” brilhar pela eternidade.

Reflexões (por Rossana Carella)

Filme: Poder Além da Vida

O filme conta a história de um ginasta no auge de sua performance atlética, física e social, porém, incomodado pelos pesadelos que insistem em mostrar-lhe uma queda brusca e o fracasso com relação à conquista do seu maior sonho que era o de ganhar a medalha de ouro nas olimpíadas.

Atormentado todas as noites pelas imagens oníricas, passa a frequentar um posto de gasolina, prestador de serviços, onde conhece um senhor o qual lhe atribui o nome de “Sócrates”.

Sócrates o desafia a refletir sobre algumas questões básicas que incomodam tanto nosso personagem principal. E, duas perguntas chave e transformadoras que iniciam o processo de coaching são.

.Você é feliz?

.Se você não entrar na equipe olímpica, o que vai fazer?

Estas perguntas chaves desencadeiam em Dan, nosso personagem central a ideia de que talvez a felicidade não esteja de fato no que todo mundo crê ou vende como sendo felicidade, que no caso dele era a de ser um atleta perfeito, rodeado de belas garotas, e buscando sempre uma superação acima dos limites, desenfreada, inconsequente e extremamente competitiva.

O que Sócrates desperta em Dan, é a questão de que se felicidade é isso, e ele atende tão bem aos padrões exigidos pelo outro, então, por que não dormir à noite? Por que sentir este vazio?

Segundo, Sócrates: “Todo mundo diz o que deve fazer e faz bem. Ninguém quer que você encontre suas próprias respostas. Querem que acredite nas delas.” E pede a Dan, para que pare de ouvir os outros e comece a procurar as respostas dentro dele.

Umas das primeiras tarefas sugeridas por Sócrates a Dan é a da remoção do lixo que está na cabeça. Jogar fora tudo o que não é necessário. Estar presente 100% na experiência. Dan aceita o desafio e uma de suas primeiras conquistas neste processo de transformação é a de: Controlar a ansiedade, sentir a perfeição e a magia do momento, a assimilação do que ao vivê-lo de forma profunda e intensa lhe promove como aprendizado e experiência mágica.

Porém, o ego de Dan, potencializa ainda mais esta descoberta no sentido de alavanca-la como mais um conhecimento que lhe dará mais ferramentas para competitividade e sensação de sentir-se melhor do que os outros.

Sócrates, como todo bom coach, continua a desafiá-lo para que possa se deparar com novas descobertas e reformulações de conceitos. Promovendo tarefas que façam com que Dan ouça e sinta os seus colegas, seus anseios, seus medos, seus sonhos, ou seja, ouvi-los na essência, com o intuito de despertar em Dan sentimentos de generosidade, humanidade, e desconstrução do Ego.

Porém, o ego de Dan resiste e no lugar de ceder, cresce e o domina, fazendo com que surjam dúvidas quanto ao processo que está vivenciando, fazendo-o entrar numa luta interna. O ego faz com que evidencie ainda mais a competividade, o exibicionismo, as conquistas, levando-o assim por essas ironias do destino, a um acidente trágico que o tira do universo da competição por alguns meses.

Dan sofre um acidente de moto, e a partir daí recomeça o processo com uma nova visão e combate total ao ego, no sentido de buscar sua essência equilibrada e autêntica. O processo pelo qual passa lhe trás a necessidade e percepção de resignação, de libertar-se do “perfeito”, da “imagem ideal”, da projeção criada à perfeição e ao excepcional.

Dan passa a se enxergar de fato como é sem falsas expectativas ou desejo de parecer ao outro. E suas primeiras percepções são a de que: nada sabe, usa de ressignificação para compreender o que algo negativo tem de positivo no processo de evolução e conquistas, e o que pode aprender por meio disto, auto responsabilidade e consciência de suas escolhas, perdoa a si e ao outro, livra-se do passado e do lixo mental que poluem sua cabeça com pensamentos limitadores e fracassados.

Com novos valores e crenças passa novamente a lutar pelos seus sonhos, mas agora com significado, propósito, respeito, cooperação, colaboração, aceitação e gratidão. Percebe que a felicidade não está no destino, mas sim na jornada, no aqui – agora, no momento. E sua conquista contamina a todos no sentido de perceber a grande mudança e transformação deste Ser, por meio de sua Superação, Humildade e Fé, reservando para o final uma contribuição para Humanidade, imprimindo suas reflexões e aprendizado através de um livro. 

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